Antes de começares efectivamente a leitura, se estás a viver um relacionamento amoroso, pergunto-te se o que sentes é realmente amor.
É muito comum confundir amor com baixa auto-estima, fruto da aprendizagem de várias gerações.
Quantas pessoas acreditam que estão a amar muito quando na verdade estão num relacionamento amoroso assimétrico por falta de auto-estima?
Como podemos saber se realmente estamos a amar?
Como podemos entender se estamos numa relação saudável?
Como podemos saber se amamos realmente a pessoa com quem estamos ou se, por outro lado, nos amamos de menos?
Como se relaciona a auto-estima com o amor?
Quando uma pessoa está emocionalmente frágil faz escolhas impróprias.
Na fase infantil, os pais são um reflexo para o futuro adulto, e a partir deles a criança entende-se como pessoa da forma como os pais reflectem.
Os pais, normalmente, tem sempre a intenção e o sentimento de amar incondicionalmente o bebe, mas os seus comportamentos revelam um reflexo defeituoso, baseado em algumas atitudes desfavoráveis e impróprias no que concerne ao amor. São elas:
As expectativas (o que esperam dos filhos, cultivando uma não aceitação do Ser individual);
A rigidez emocional e comportamental (as “regras” da família, da felicidade e da sociedade);
A permissão (o conformismo, em relação à criança, de comportamentos desadequados ao saudável desenvolvimento emocional intra-pessoal e inter-pessoal);
Gestão emocional desajustada (o nervosismo e ansiedade);
A falta de segurança por parte dos progenitores (quando os pais não cobrem adequadamente e no tempo útil, as necessidades básicas de uma criança que, por natureza, ainda é desprovida de autonomia).
Nestes quadros, a criança é iniciada e conduzida numa incompreensão, por fruto da idade, sentindo todas estas atitudes na sua esfera individual e pensando que o que sente é seu, podendo criar emoções desfavoráveis ao longo do seu crescimento.
Quando vamos a um parque de diversões e entramos numa casa de espelhos, entramos num jogo em que cada espelho nos vai mostrar uma imagem da nossa aparência. Uns espelhos mostram-nos mais gordos, outros mais magros, mais baixos ou mais altos.
Cada espelho nos mostra uma imagem deformada sobre nós mesmos.
E é assim que funcionam os pais, como espelhos, transmitindo à criança uma imagem deformada sobre si mesma, em que a criança tomará essa imagem como verdade, devido à sua natural percepção sobre a realidade ainda em formação, da qual estará a ser ensinada pelos pais, normalmente integrados na micro-esfera de vida da criança.
Existem três grandes grupos de crenças que formatam e ligam o amor com a auto-estima. São elas:
Sou indigna de ser amada. (“se ele me ama é por pena”, “se ele me ama é porque ainda não me conhece o suficiente”, “ele vai deixar-me mais cedo ou mais tarde, é sempre assim”, “quando ele começar a conhecer-me melhor vai deixar-me”, “tenho sorte em namorar com uma pessoa como ele”, “é uma sorte ele aceitar-me como eu sou”, “preciso do teu carinho, por favor”, “os homens são todos iguais, só querem sexo e depois de terem o que querem desaparecem”, “nunca vou encontrar ninguém como “x”, porque ele foi o único que realmente me amou”, “ele por vezes é desagradável e agressivo, mas há piores do que ele”, "já não há homens como antigamente");
Eu tenho o direito de ser amada! (“ele tem que me amar (obrigação)”, “quem está comigo tem que me dar o que eu quero, senão não me merece”, “ele deve de me amar porque eu sou especial e única (egocentrismo)”, “ele tem que fazer por me merecer”, “eu sou superior a ele, posso ter quem quiser, por isso ele que se esforce”, “se estás comigo é da forma que eu quero (exigência)”, “ele está na minha mão”, “tudo vem a mim sem eu ter de fazer nada para isso”, “Ele tem que me corresponder”, “se queres à minha maneira tens, se não queres há quem queira”);
Sou digna de ser amada e de amar. (“eu sou livre para amar e ser amada”, “eu amo não pelo que recebo dele, não pelo que ele faz por mim nem pelo que ele tem, mas pelo que ele é como pessoa”, “não preciso de ti, mas quero e escolho estar contigo”, “estamos juntos sem medos do que poderá acontecer”, “o único apego que temos é o amor”, “o tempo que passamos juntos é um investimento ao amor”, “ninguém é superior a ninguém”, “o amor não é uma necessidade, é algo natural”).
Dos três grandes grupos de crenças, a crença saudável que permite o equilíbrio entre a auto-estima e o amor é a crença número 3. Analisemos mais adiante.
Há pessoas que tem uma aparente alta auto-estima só quando estão num relacionamento amoroso.
São as pessoas que não se sentem bem consigo mesmas se não estiverem num relacionamento. Mas atenção!
Há pessoas que dizem que estão bem sozinhas, mas porque estão presas a um passado que já não existe… Estas pessoas, na realidade não estão bem nem sozinhas, são imensamente inseguras e escondem por detrás uma possível crença de que são indignas de serem amadas
Há também as pessoas que dizem estar bem sozinhas, mas apenas porque se julgam superiores em que ninguém é suficientemente bom para estar com elas. Estas pessoas, na realidade não estão bem sozinhas, são egocêntricas e escondem por detrás uma possível crença de que tem o direito a serem amadas na forma de que o outro tem que dar e cobrir tudo aquilo que necessitam.
Também existem pessoas que estão em relacionamentos durante muitos anos, resultado da pressão social sentida, vivendo num silencioso sofrimento de conformismo.
A sociedade ainda ecoa bastante julgamento, em que as pessoas que não tem um relacionamento amoroso são fracassadas, que se não tem um relacionamento amoroso tem algo de mal nelas, que um relacionamento amoroso é a máxima realização da vida e que se estão sozinhas são etiquetadas como incompletas.
Toda esta pressão social faz com que muitas pessoas sucumbam da sua liberdade sentimental e vivam uma vida vazia, apesar de terem tudo o que a sociedade julga de abundância.
Vejamos o seguinte: Tradicionalmente as pessoas namoram, casam e têm filhos e até netos, o que se poderia dizer que são pessoas completas e bem integradas! Mas será assim?
Na verdade, muitas das pessoas acabam por ficar sem o casamento, sem os filhos e sem os netos, quando o relacionamento não tem uma relação saudável com o amor.
Quem está num relacionamento e tem baixa auto-estima, vai cobrindo necessidades e assim se vai aguentando um relacionamento pouco sólido.
São pessoas que mesmo não estando bem no relacionamento com a outra pessoa, preferem esse mal-estar a ficarem sozinhas.
E porque fazem as pessoas isto? Por medo de serem abandonadas e ficarem sozinhas num futuro incerto e desconhecido.
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Pedro Gomes - Desenvolvimento Humano de Comunicação Emocional
+ Life Coach (célula profissional Nº S495-2017PT), Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Especialista em PNL com especialização em foco terapêutico e emocional, Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Especialista em Inteligência Emocional, Universidad Isabel I, Burgos España
+ Master em Psicologia Holística, Escuela de Postgrado de Psicología y Psiquiatría, Madrid España
+ Especialista em Sinergologia Aplicada à Comunicação, Coaching Camp, Logroño Espanha
+ Especialista Inteligência Emocional Neurociência VEC, Emotional Network, Bilbal España
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