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Pedro Gomes

Devo terminar o meu relacionamento amoroso?

Nos últimos anos, os relacionamentos amorosos são cada vez mais objecto de estudo nas áreas do comportamento humano.

Pessoas carismáticas como John Gottman, Harville Hendricks, David Sharch, Scott Peck, Joan Corbella e muitos outros, especializaram-se no estudo dos relacionamentos amorosos, abrindo portas para um fascinante mundo a ser explorado!

A mensagem geral de todos eles é bastante clara e directa: Qualquer relacionamento pode ser bem-sucedido se ambas as partes se direccionarem numa direcção bem alinhada e bem construída.

No meu artigo de Os três Pilares de um Relacionamento Amoroso, é possível encontrar informação bastante determinante acerca da sustentação do amor entre duas pessoas, mas aqui o que vou expor é, em traços gerais, o momento em que é adequado equacionar terminar um relacionamento amoroso ou, mais acertado, pedir ajuda em conjunto e apostar na salvação do relacionamento!


Sou exímio defensor da ideia de que qualquer relacionamento amoroso em que haja amor, quando bem alinhado nos três pilares que estudei, é bem-sucedido.

Acontece que, por vezes, um casal pode fazer de tudo para que o relacionamento estabilize e se torne verdadeiramente confortável e harmonioso, mas há imensos casos que simplesmente por mais esforços que se façam nada parece resultar.

É comum acontecer que ambas as partes, ao fim de algum tempo de esforços contínuos, se sintam terrivelmente desgastados, entristecidos, frustrados e fracassados, pois parece que nada melhora por muito que se faça…

Acontece que nem sempre o esforço é a chave da reversão de um relacionamento conflituoso.

O apoio profissional é, na maioria dos casos, a chave certa para a consolidação de todo um trabalho esforçado na direcção desejada pelo casal.


Quando falo de apoio profissional, falo exclusivamente de profissionais devidamente certificados na área dos relacionamentos, com formação preferencial em Psicologia, Coaching, Inteligência Emocional, Programação Neurolinguística e em comunicação verbal e não verbal.

Sendo o campo dos relacionamentos uma área muito sensível e íntima, um profissional de excelência nunca dá a sua opinião nem nunca encoraja à separação!

Um profissional de excelência ajuda o casal a encontrar as suas próprias respostas no que concerne ao seu relacionamento!

Antes de se terminar um relacionamento amoroso, o que sugiro veemente é que ambas as partes que compõe o relacionamento, tomem a decisão de procurar ajuda profissional especializada, para que realmente possam dizer que fizeram de tudo para dar certo, e no pior dos casos, havendo separação ambos saiam com uma base de aprendizagem e de uma forma agradável, sem que tenham que fechar portas a nada num futuro que nos é a todos desconhecido.

A minha experiência profissional na área dos relacionamentos amorosos, diz-me que quando um casal procura apoio em conjunto, o relacionamento tem tudo para dar certo!

É realmente uma questão de alinhamento dos Pilares Base do Relacionamento Amoroso!



Mas como saber quando um casal deve procurar ajuda?


Bom, para responder a esta questão deixo aqui algumas indicações de quando o casal deve de procurar ajuda imediatamente. São elas:


· Pequenas irritações que se agravam com o passar do tempo

Cada pessoa tem o seu próprio carácter (conjunto de características).

É importante apreciar as qualidades da pessoa que amamos e fazer por ignorar os seus traços mais irritantes.

Há quem deixe roupa suja no chão, quem não arrume os seus pertences pessoais, quem se atrase ao compromisso agendado, quem falhe promessas, quem tenha piadas desagradáveis, quem beba em exagero, quem se atrase a pagar as contas, enfim, uma serie de comportamentos que, se não forem bem geridos, ao fim de algum tempo se tornam intoleráveis, dada a repetição constante.

· Comportamentos inaceitáveis que não foram revelados no início da relação

A maioria das pessoas ocultam intencionalmente comportamentos passados que afectaram negativamente os seus relacionamentos passados.

O objectivo deste tipo de comportamento é a sua eliminação para evitar repeti-los, mas a verdade é que dificilmente esses comportamentos ficam para trás, pois faltou todo um trabalho de base na reestruturação interna pessoal.

Alguns dos comportamentos inaceitáveis que acontecem, passam pela agressividade, ironia, ocupação do espaço pessoal do outro, perseguição subtil, ciúmes excessivos, controlo da vida do outro, entre outros comportamentos nefastos.

· Ocultações descobertas com o passar do tempo

É frequente acontecer que as pessoas escondam coisas das suas vidas, pois tem medo da rejeição e do abandono.

Algumas das ocultações típicas passam por encobrir dívidas passadas, filhos de relacionamentos anteriores, uma doença hereditária ou sexual, dependência financeira, um casamento ocultado, negócios ilegais, entre outras coisas.

Qualquer ocultação deve de ser evitada, pois todos merecem viver na verdade, e inevitavelmente um dia mais tarde tudo vem ao de cima. Afinal, é nas dificuldades que o amor cresce, e expor tudo o que ainda está presente na nossa vida resultante do passado, poderá até fortalecer e motivar mais a união no relacionamento, quando há amor. Ocultar coisas só trará pressão para a pessoa que quer viver uma nova oportunidade de um verdadeiro amor.

· Necessidades pessoais importantes

Um relacionamento amoroso, normalmente é composto por duas pessoas, e se há duas pessoas, naturalmente existem necessidades diferentes.

Com o decorrer do relacionamento começam a vir à luz as necessidades pessoais.

Elas são variadíssimas e podem ser díspares, desde os desejos sexuais, a gestão do dinheiro, o lugar ideal para se viver, ter ou não ter filhos, a ocupação dos tempos livres e muitas outras possíveis necessidades pessoais que serão importantes “negociar” afim de encontrar um ponto de equilíbrio para ambos.

· Intensidade passional

É muito natural que nos primeiros tempos de namoro, seja tudo intenso, mas também é tudo mais superficial no que concerne ao profundo sentimento, dado o desconhecimento profundo do outro.

Com o tempo o relacionamento começa a mergulhar num conhecimento profundo mútuo, e é aqui que muitas vezes falha um bom elo de ligação que trás um equilíbrio entre a paixão e a construção de um amor maduro.

Muitas vezes acontece que um casal apaixonado que inicialmente é muito sexual, com o passar do tempo pode tornar-se muito menos atractivo no desenvolvimento natural dos projectos de vida. É importante entender que uma relação bem-sucedida é muito mais do que uma atracção sexual e todas alegrias inerentes à paixão.

Na alta intensidade emocional fazem-se muitas promessas, mas é muito útil entender que pessoa que promete pouco e se entrega muito é uma qualidade bastante rara!

· Elementos stressantes externos

Com o passar do tempo, os casais distraídos dos ambientes agressores externos ao relacionamento acabam por se deixar infiltrar com tudo o que vem de fora, desde amigos inoportunos, familiares absorventes, instabilidade financeira, um trabalho demasiado exigente, uma doença inesperada, uma perda familiar, …

Tudo o que provoca stress em demasia e de forma continuada, diminui a capacidade de um casal renovar as energias, de aprenderem e de crescerem em conjunto.

· Lutas de poder

Quando a relação é recente, normalmente ambos estão dispostos a tomar decisões juntos, assegurando a opinião do outro e chegando a um acordo mútuo de forma mais agradável possível.

Com o tempo, acontece frequentemente que uma das partes começa a expressar os seus desejos e vontades com mais intensidade, pressionando a outra parte para se valer fazer da sua posição e fazer com que o outro cumpra. As lutas de poder são feitas desde atitudes de controlo, imposição, cobrança de coisas passadas, ultimatos, sedução ou persuasão mais intensa.

Nestas lutas de poder é frequente acontecer que ambas as partes nem estejam conscientes das suas atitudes e comportamentos.

· Superficialidade

Para a maioria das pessoas, ser aberto e autêntico é bastante difícil, muitas vezes devido às várias experiências difíceis do passado, utilizando a superficialidade como um “pano” escuro que tapa a verdade interna.

Mas com o tempo, o natural é que o casal comece a aprofundar o seu sentimento e tire esse “pano” escuro do seu coração pouco a pouco, comunicando mais e assumindo os riscos na partilha das suas vulnerabilidades, fraquezas e limitações.

O natural é que ambos estejam disponíveis para mergulharem mais profundamente um no outro. É esta riqueza de sentimentos profundos que fortalece o amor entre duas pessoas.

É triste quando acontece que o relacionamento não evolui para algo mais profundo, quando uma das partes decide continuar a cobrir o seu coração com o “pano escuro”.

Quem decide manter a superficialidade nos relacionamentos, normalmente deve-se a más experiências passadas que englobaram sentimentos de rejeição, de abandono ou de invalidação.

Quando este bloqueio – superficialidade - acontece, será importante procurar ajuda profissional para que se encontre a origem profunda do bloqueio e se trabalhe internamente a comunicação para que esta se expanda no exterior.

· Aborrecimento

O descobrimento constante um do outro é a base para que se estabeleça um sentimento de uma regular curiosidade no relacionamento, tão necessária para o estímulo do namoro do casal.

Para isto acontecer é importante que cada uma das pessoas, de forma individual, aprendam coisas novas do mundo e de si mesmos para que estimulem a curiosidade e o interesse do outro.

A estagnação pessoal individual é a principal causa da instalação do aborrecimento no relacionamento.

· Feridas emocionais aberta

No que toca à gestão emocional interna derivadas dos conflitos do casal, o processo natural é que depois do conflito haja uma cicatrização emocional interna em conjunto, para que o passeio conjugal pela vida continue a ser saudável.

O que acontece frequentemente é que as pessoas, após um conflito, tendem a não falar mais desse mesmo conflito, guardando o “veneno” internamente, destruindo assim todo o amor sentido.

Quando o veneno se instala e se guarda por longo período de tempo dentro de uma pessoa, essa tende a ficar esgotada, contaminando assim a outra pessoa e, por obviamente, toda a interacção entre ambas as partes pertencentes ao relacionamento.

As consequências são nefastas, pois mesmo quando não existem conflitos, a energia do relacionamento tende a ser baixa devido às feridas passadas não resolvidas.

O casal sente-se sem qualquer entusiasmo, vivendo numa espécie de atitude morta viva em que os hábitos são cada vez mais divididos e separados, até que entende que já deixou de fazer sentido percorrer os caminhos da vida com alguém que já nada partilha, por fruto da criação de um “veneno” que tudo destruiu quando o objectivo era apenas esquecer todas as feridas que em algum momento foram criadas.

· Adições e vícios

As adições e a criação de vícios são bastante comuns nos relacionamentos amorosos por parte de um ou até dos dois elementos.

Algumas das adições e vícios mais frequentes são as drogas, o álcool, excesso de compromissos sociais, excesso de exercício físico e excesso de compromissos profissionais.

Estes comportamentos são um verdadeiro sinal de alerta dentro do relacionamento, pois mostram que algo não vai bem. Tudo é priorizado menos o relacionamento.

Quando existe este triângulo completado por algo ou alguém externo ao relacionamento, terá sempre como consequência a diminuição do vínculo entre o casal.

· Escuta de fraca qualidade

Muitas pessoas que tem relacionamentos mais profundos, com o tempo acabam por esquecer-se de escutar activamente, perdendo muita informação de como a outra parte se sente verdadeiramente. Estas pessoas acreditam que, como já se conhecem há muitos anos, conhecem a pessoa amada melhor do que ninguém, pensando que sabem tudo sobre essa pessoa, fazendo suposições baseadas em factos passados e entrando até num jogo de adivinhação do que o outro sente e pensa.

Estas pessoas caem numa tremenda armadilha que destrói lentamente um bom sentimento, pois a parte que quer comunicar acabará por se sentir sozinha e incompreendida.


Um relacionamento que tenha alguns destes sinais, deve ser colocado em estado de alerta, sendo a melhor atitude a consulta com um profissional especializado em relacionamento, afim de melhorarem o seu relacionamento.

Terminar um relacionamento nem sempre é a melhor solução, pois isso não implica necessariamente uma nova oportunidade.

Muitas vezes a nova oportunidade está precisamente em apostar e investir no relacionamento que temos, pois muitas vezes o amor está apenas um pouco entorpecido pelo desgaste natural do dia a dia de ambas as pessoas.

Uma participação num processo de desenvolvimento pessoal em conjunto, é o melhor investimento que um casal pode fazer pelo amor.


Haverá maior investimento num relacionamento do que investir num processo que visa melhorar e fortalecer a relação entre duas pessoas que se amam?



Pedro Gomes - Especialista em relacionamentos e processos de gestão emocional

+ Life Coach (célula profissional Nº S495-2017PT), Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal

+ Especialista em PNL com especialização em foco terapêutico e emocional, Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal

+ Formador certificado, Instituto Emprego e Formação Profissional, Porto Portugal

+ Especialista em Inteligência Emocional, Universidad Isabel I, Burgos España

+ Master em Psicologia Holística, Escuela de Postgrado de Psicología y Psiquiatría, Madrid España

+ Especialista em Sinergologia Aplicada à Comunicação, Coaching Camp Logroño Espanha

+ Especialista Inteligência Emocional Neurociência VEC, Emotional Network, Bilbao España

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