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Pedro Gomes

A separação amorosa

Quando alguém decide unir e entrelaçar o seu coração a outro coração para viver em amor, normalmente fá-lo com uma atitude de investimento de todo o seu Ser.

Acontece que, durante o desenvolvimento da vida amorosa, todas as atitudes e sentimentos padrões se revelam, sendo que alguns podem contribuir para o início da destruição do amor entrelaçado em dois corações.

Neste seguimento, quando um casal não tem a capacidade de superar conflitos internos e destruir padrões individuais que se manifestam na união dos corações, podem chegar a um ponto de destruição irreversível, em que a única solução é a separação conjugal.

Nunca é fácil assumir a coragem e o discernimento de terminar um relacionamento destruído, seja por amor, pela incerteza do futuro ou pela insegurança de o fazer da melhor maneira. Por isso é que as pessoas, muitas das vezes, acabam por adiar tempos e tempos a decisão, ignorando os seus sentimentos.


Para ajudar, deixo aqui algumas dicas para quem está a pensar em se separar de quem um dia decidiu entrelaçar o seu coração.


1. Quando já tens assumido que te queres separar, é muito importante que não tomes a decisão de forma rápida nem precipitada, nem muito menos adquiras comportamentos que te possas arrepender, pois numa etapa de separação estarás emocionalmente frágil.


2. É imperativo que, para tomares uma decisão únicamente a partir do teu diálogo interno, te isoles e te retires do mundo, em reflexão. Não te deixes influenciar por opiniões que possam vir do teu circulo social! Se necessitas ajuda para refletires, consulta um profissional especialista nos temas de amor e sentimentos.


3. É importante refletires muito bem sobre os reais motivos da tua vontade de separar-te, baseando-te em factos reais e acontecimentos específicos. Não deixes que os teus pensamentos abstratos dominem a tua decisão, pois a maioria dos teus pensamentos são dominados pelas tuas estruturas mentais e padrões limitadores que te acompanham desde sempre.


4. É importante que, depois de refletires, escrevas ponto por ponto os comportamentos e factos que sustentem os teus sentimentos de insatisfação e infelicidade dentro do teu relacionamento amoroso, e que de seguida tenhas um diálogo aberto com a pessoa que decidiste, um dia, unir-te em amor.


5. Adquire uma atitude honesta, assumindo todas as consequências da tua decisão. Muitas vezes, com medo de ferir o outro coração, é normal esquecer o próprio bem-estar emocional, mas é desonesto esconder o que pensamos e sentimos à outra parte. O outro coração não tem de adivinhar o que se está a passar dentro da tua mente e do teu coração. Às vezes, a honestidade pode fazer milagres e salvar a união dos corações!


6. Assume a tua responsabilidade, falando de forma empática – clareza, sensibilidade e respeitosa. Ou seja, evita expressões como “não és tu, sou eu”, “não tem nada a ver contigo, é comigo”, “sei que não é justo fazer isto contigo, mas...”, “tu és muito boa pessoa e maravilhosa, mas”. Todo este tipo de expressões é característico de pessoas que não sabem assumir responsabilidades das suas decisões.


7. Não te deixes manipular se tens a tua decisão bem firmada e sustentada. Não te deixes levar em promessas nem choros repetidos, pois estarás a cair numa armadilha emocional, fazendo-te voltar atrás na tua decisão, mas que em nada melhorará o futuro do relacionamento.


8. Uma vez que abandones, é imperativo que faças uma gestão dos teus pensamentos, memórias e sentimentos numa direção para o futuro, sem te deixares levar para o passado. Se o amor ainda realmente existe e se a outra pessoa considera que és realmente importante na vida dela, essa pessoa fará uma transformação motivada pela esperança construída internamente de voltar para ti, pois o Ser Humano sempre vai na direção do que realmente deseja viver! Por isso, segue em frente, se consideras que fizeste tudo o que estava ao teu alcance fazer!


9. É altura de enfrentares a dor e as consequências da separação que decidiste fazer! É importante teres consciência de que provocaste uma dor na outra pessoa e que, muitas vezes, essa pessoa pode ter um grande declínio na sua vida, mas também necessitas entender que, se fizeste de tudo por essa pessoa e pela relação, nada mais poderias fazer no futuro, mesmo que o tempo de vida fosse eterno. Também irás passar um momento de dor e fragilidade emocional, inevitavelmente, mas com uma boa consciência do teu coração saberás ter comportamentos adequados, respeitosos, dignos e equilibrados, para que possas reconstruir-te e renovares-te, dignificando a tua sagrada alma, corpo e coração.




Na minha opinião profissional, sempre digo que o melhor para assumir uma separação é investir num profissional especializado em relacionamentos amorosos, seja um psicólogo, um coach ou um terapeuta alternativo, desde que sejam orientados e especializados aos temas do amor e dos sentimentos.

Na minha ética profissional e caracter pessoal, aplico sempre nos processos dos meus clientes o principio do esgotamento de possibilidades, ou seja, a separação sempre é a última opção, para que realmente a decisão e a ação seja realizada com muita segurança e maturidade!

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