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Pedro Gomes

A dignidade nos relacionamentos amorosos - Parte II

Na continuação do artigo anterior, começo com a pergunta abaixo.


Como sabemos quando perdemos a dignidade e o que faz com que entreguemos a nossa dignidade ao outro?


É importante ter em consideração que quando tu entregas a tua dignidade, tu sentes isso através do que o teu coração te transmite, através do que os teus pensamentos te dizem e do que o teu corpo te mostra.


Sempre que te tornas submissa e faças de tudo para agradar, sempre que silencias os teus sentimentos e sempre que exista incoerência entre o que tu fazes e o que sentes, estás a entregar a tua dignidade a alguém.


Muitas pessoas tornam-se tão dependentes do outro que preferem ficar sem a sua dignidade ao invés de quebrar esse vínculo negativo.

Nestes casos, é importante procurar ajuda profissional especializada, para que este vínculo seja destruído com segurança e sustentabilidade.





Nos relacionamentos amorosos, sempre que as pessoas entregam a sua dignidade, adquirem automaticamente atitudes prejudiciais que podem tornar-se hábitos viciantes, entrando muitas vezes num rodopio incontrolável rumo à completa destruição do que possa ainda restar do relacionamento.

Nisto, identifico seis atitudes para que possas fazer uma auto-análise mais consciente acerca de possíveis atitudes que possas ter no teu registo diário.

1 – Vergonha. Estas pessoas desvalorizam os acontecimentos desagradáveis, optando por silenciar e ocular a frustração que sentem. Evitam que alguém se aperceba do que se passa na sua esfera íntima conjugal.

Se te identificas com esta atitude, provavelmente saberás que podes esconder o que vai dentro de ti de todo o mundo, mas será sempre impossível esconderes a ti mesma o que sentes a cada dia. Sabendo que és a única pessoa que viverás contigo toda a tua vida, consideras que compensa abraçar esta atitude?

2 – Orgulho. Estas pessoas colocam-se numa suposta invulnerabilidade e superioridade perante o agressor. São pessoas que dizem que o que o outro faz não as afecta e menosprezam as atitudes do outro numa suposta força interior de que são inabaláveis. Passam uma imagem de que seja o que for que o outro faça, nada lhes toca por dentro.

Se te identificas com esta atitude, saberás que ao a usares estarás a acumular tensões internas que te farão acumular emoções bastante intensas como uma intoxicada raiva interna.

3 – Arrogância. As pessoas que usam esta atitude tendem a ter discursos “elegantes” de ética, de moral e de valores num embrulho envenenado, pois devolvem a humilhação e o desrespeito que sofrem ás mãos do outro.

Não é de todo uma atitude pro-activa de resolução de conflitos e quem o faz fica estático mentalmente e nada aprende, pois tem sempre “razão”.

4 – Vingança. As pessoas que utilizam a vingança como resposta a um conflito, normalmente estão em estados de muita impulsividade e imaturidade emocional, fazendo coisas para castigar e prejudicar o outro. Utilizam a filosofia de “olho por olho, dente por dente”.

São pessoas que retribuem de forma pensada os ataques que sofreram anteriormente.

Se utilizas esta atitude, é importante teres consciência que estás a alimentar um ódio que habita dentro de ti. Esse ódio é um veneno que te corrói por dentro.

5 – Transferência. É frequente acontecer que a pessoa agredida se sinta impotente perante o agressor e como compensação emocional utilizam a descarga em alguém que sintam segurança em o fazer.

Normalmente quem sofre humilhação e desrespeito em contexto profissional, tende a transferir toda a frustração para dentro das quatro paredes de casa.

Se utilizas esta atitude será importante entenderes se podes mudar o contexto em que estás inserido. E não te sentes capaz de mudar a tua situação, talvez seja altura de pensares em te afastar destas pessoas tóxicas, pois tu fazes exactamente aos outros aquilo que sofres, e seguramente no final sentes-te mal por isso num sufoco desesperante e impotente.

6 – Indignação. A indignação é um sentimento de desagrado, provocado por um acto considerado injusto, ofensivo ou prejudicial. Resta dizer que a indignação é um sentimento de passividade, em que a pessoa utiliza todo o tempo a queixa e a critica, sem nada fazer para mudar a sua situação.

É necessário mover comportamentos pro-activos para sair deste enredo apático.

Todas estas atitudes são aliadas da indignidade e as pessoas que se movem desta forma só atrairão mais do mesmo que já conhecem mas que não desejam.


Então, como recuperar a dignidade?

A recuperação da indignidade é um processo que pode ser simples ou complexo, dependendo dos hábitos e das suas intensidades. Isto é, quanto mais tempo vivemos sem dignidade mais complexo será a sua recuperação.


Abaixo deixo um exercício que poderás começar a colocar em prática.

Para isso é importante que entendas que as palavras de nada funcionam se não colocas a emoção adequada nas palavras.


Técnica prática de resposta de dignidade.

1 – Expor o comportamento tóxico da outra pessoa.

“A forma como tu falaste comigo perante aquela situação…” (expor situação com factos)

2 – Manifestar o sentimento e todo o processo interno.

“…e derivado a isso, senti-me triste por o teres feito dessa forma.”

3 – Colocar limites e barreiras.

“Eu quero que tenhas claro de que eu não permito que o voltes a fazer, pois de contrário o tomarei outras atitudes em função da situação.”

4 – Renegociar a interacção futura.

“O que quero para ambos é que falemos sobre como nos vamos relacionar de futuro em situações idênticas” (negociar)

O que te sugiro é que o faças antes em frente ao espelho para te convenceres a ti mesma, e quando te sentires convencida a ti mesma, parte para a acção!

Pode até não resultar, mas pelo menos dás uma oportunidade ao outro de se comportar melhor contigo no futuro!

Por fim recorda que a dignidade é o valor adquirido à nascença por qualquer Ser Vivo, e quem não te trata com dignidade não te valoriza, e quem não te valoriza, garanto-te que não te ama ou não te sabe amar.

Para situações complexas em que sintas precisar de apoio, recorda que não tens que estar sozinha ou sozinho! Procura apoio profissional e especializado na área do Comportamento Humano, especificamente na comunicação emocional.



Pedro Gomes - Desenvolvimento Humano de Comunicação Emocional

+ Life Coach (célula profissional Nº S495-2017PT), Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal

+ Especialista em PNL com especialização em foco terapêutico e emocional, Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal

+ Formador certificado, Instituto Emprego e Formação Profissional, Porto Portugal

+ Especialista em Inteligência Emocional, Universidad Isabel I, Burgos España

+ Master em Psicologia Holística, Escuela de Postgrado de Psicología y Psiquiatría, Madrid España

+ Especialista em Sinergologia Aplicada à Comunicação, Coaching Camp Logroño Espanha

+ Especialista Inteligência Emocional Neurociência VEC, Emotional Network, Bilbao España

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