Sentes que o teu relacionamento amoroso está a terminar lentamente?
Se sentires assim, estás a direccionar-te e a materializar esse sentimento!
É muito comum as pessoas sentirem que o relacionamento amoroso que vivem, com o passar do tempo, lentamente vai morrendo, através das rotinas e dos hábitos, sentindo-se impotentes para regressar ao tempo em que tudo era como antes.
A verdade é que é impossível regressar atrás no tempo, em que tudo era “perfeito”, quando a realidade é tudo era apenas uma ilusão com os dias contados.
Mais à frente, neste artigo, entenderás melhor estas palavras.
Por agora, continua a leitura, reflectindo em como cada palavra se poderá encaixar na tua vida…
Quando as pessoas sentem que nada vai voltar a ser como antes, pensam que o amor terminou, entrando numa fase quase desesperada de comportamentos de pressão e cobrança, tais como:
“Tu mudaste! Já não és o que eras!”
“Tu já não me amas! Não me dás a atenção que me davas antes!”
“Nós já não temos nada!”
“Nós já não fazemos amor como antes. É chegar a casa, comer e dormir!”
“Eu mereço mais do isto!”
Ás vezes, deixamos de ver as coisas boas que temos no nosso relacionamento porque queremos recuperar a todo o custo aquilo que se perdeu, por vezes, de uma forma muito exagerada.
Quando pensamos que já não há nada a fazer pelo relacionamento, na verdade, já desistimos e corremos o risco de deixar de ter investido numa relação que apenas poderia estar a transformar-se e a amadurecer.
É inato no Ser Humano, com o passar do tempo e com a repetição, sentir o extraordinário e especial como ordinário e comum - é a chamada adaptação hedónica, inerente a qualquer Ser Humano!
A adaptação hedónica é um mecanismo do nosso organismo que nos permite viver com uma estabilidade energética, impedindo que, emocionalmente vivamos em extremos permanentes - não é possível vivermos permanentemente num extremo de alegria ou de tristeza, pois seria insustentável para o cérebro humano, levando a um inevitável colapso que nos levaria à morte física!
Os estados emocionais extremos criam memórias muito intensas, que provocam desgaste do organismo, através dos excessivos e desregulados processos bioquímicos.
Em algum momento do novo, o cérebro activa o princípio hedónico, direccionando o cérebro para uma grande poupança de energia, através da regulação dos processos bioquímicos, salvaguardando assim a nossa vida.
Por este motivo, é que tendemos a desvalorizar tudo o que entra na nossa vida com o passar do tempo, com as rotinas e com os hábitos.
Por exemplo, quando compramos um automóvel novo, inicialmente temos imensos cuidados para não sujar as alcatifas com os sapatos que vem da rua, mas com o tempo deixamos de ter esse cuidado.
Ou quando temos um emprego novo em que tudo é entusiasmante e desafiante no início, mas algum tempo depois já se torna algo normal, podendo até ser aborrecido fazer as mesmas coisas todos os dias.
Ou quando conhecemos uma cidade nova que nos deixa muito excitados e curiosos, mas que depois de vermos sempre as mesmas edificações, cores e ruas, deixamos de prestar atenção aos detalhes que anteriormente nos fascinava.
Ou até mesmo quando provamos uma comida pela primeira vez, em que degustamos com prazer cada sabor, aroma e textura, mas que ao fim de algumas vezes de provarmos essa mesma comida, deixamos de sentir o sabor, o aroma e a textura com a mesma intensidade.
É importante que entendas que isto acontece devido ao mecanismo da adaptação hedónica, conforme artigo científico publicado por Stephanie Rosenbloom (7 de Agosto de 2010). «But Will It Make You Happy?».
E como podes saber se o teu relacionamento amoroso está a passar pela fase de adaptação hedónica?
Segundo estudos neuro-científicos, um relacionamento amoroso pode começar a entrar nesta fase entre o primeiro e o terceiro ano, sendo esse o motivo pelo qual muitos relacionamentos amorosos terminam entre os quatro e sete anos de existência.
Existem três sintomas gerais que se podem manifestar, se o teu cérebro está em processo hedónico.
1. Poderás sentir apatia, insatisfação e estás farta da vida quotidiana!
Poderás começar a desejar aquilo que não tens, desejando que isso te faça feliz, e como desejas o que não tens, acabas por desvalorizar e desapreciar aquilo que tens.
Podes começar também a sentir que o que tens torna-se num obstáculo para poderes ter o que desejas, esquecendo-te que isso provavelmente já aconteceu no passado!
2. Poderás confundir emoções com sentimentos!
Uma emoção é um impulso biológico de curta duração, provocado por estímulos determinados.
Um sentimento é uma construção do teu mundo mental e emocional, baseado em todas as vivências da tua vida.
Muitas pessoas confundem o novo com amor verdadeiro, e a novidade não é amor verdadeiro - é apenas o impulsionar de emoções, como a curiosidade, que pode ser obtida de forma mais saudável à felicidade.
É importante entenderes que muitas vezes podes também confundir amor com aborrecimento. Estares aborrecida com algo ou alguém é uma coisa, e não amar é outra coisa completamente diferente!
É importante saberes quais são os teus sentimentos base de ti para ti, pois aí encontrarás o teu estado em que estás habitualmente. Esse estado poderá ser tapado por emoções fortes de uma nova paixão, mas tem seguro que voltarás ao teu estado base assim que a paixão baixar de intensidade, através do inevitável fenómeno hedónico.
3. Poderás confundir intensidade com profundidade!
É muito comum as pessoas não entenderem o estado de mudança do relacionamento, quando este passa pela diminuição de intensidade emocional.
Acontece normalmente quando o relacionamento começa a desenvolver uma maturidade e estabilidade emocional.
Muitas pessoas interpretam esta fase como uma ameaça à felicidade.
Estes sintomas ocorrem lentamente (adaptação hedónica), e é aqui que muitas pessoas começam a pensar que o amor terminou, quando na verdade está apenas a transformar-se em algo menos intenso, mas mais sólido.
Aqui é importante desenvolver a capacidade de amar, pois todos tem a força de amar, mas poucos tem a capacidade para a usar.
Todos tem a força de amar, mas poucos tem a capacidade para a usar.
Quando deixas de valorizar e investir em quem amas…
Existe um período em todos os relacionamentos, em que deixas de valorizar as coisas boas que quem te ama faz por ti, até ao ponto de que o teu amado deixa de as fazer porque tu já nem sequer agradeces nem reconheces. Aqui, a pessoa que amas vai acumulando ressentimentos, e neste estado vai focando cada vez mais nos teus defeitos, que anteriormente eram insignificantes em comparação com as tuas qualidades.
Tu vais ficar sem entender o que está a acontecer e, por consequência, o trato entre ambos é cada vez mais desagradável.
É importante pedir perdão sentido, assim como perdoar incondicionalmente, para se iniciar um novo recomeçar.
Também acontece muito que tu podes estar muitas vezes aborrecida e apática ao chegar a casa ou ao estar com a pessoa amada, e isso pode ser interpretado como desamor ou até ódio, quando na realidade o que te faz estar aborrecida é a tua monótona e insatisfeita vida, porque tu não simplesmente não fazes nada para que seja tudo diferente.
Sinto muito se te magoo, mas por vezes a verdade é que o estado do teu relacionamento não tem nada a ver com a pessoa amada, mas sim contigo...
Se assim for, porque não fazes nada em ti para que seja tudo diferente?
Pode acontecer também que, no teu relacionamento, deixas de investir tempo na pessoa amada, porque começas a investir o teu tempo em fantasias ou actividades que te isolam do teu amado. Podes até começar a investir tempo em relações paralelas…
O problema é que nunca te sentirás satisfeita, pois vais andar sempre à procura de sentir o que é impossível sentir permanentemente…
Se não aprendes a gerir a fase de adaptação hedónica, sempre vais procurar novos e intensos estímulos para te sentires satisfeita, até perceberes que já entraste num ponto sem retorno no teu relacionamento, em que já é tarde demais…
Queres que isso te aconteça uma e outra vez?
O que podes fazer para gerir a fase hedónica?
1. Reconhecimento e aceitação
Reconhecer e aceitar o inevitável fenómeno da adaptação hedónica.
Acredita que é melhor permitir este processo de adaptação do que sustentar artificialmente a intensidade que te levará a um inevitável fim...
Imagina que quem mais amas, amanhã já não está cá.
Como te sentirias se não valorizasses essa pessoa?
Quantas pessoas se arrependem por não terem valorizado alguém que se foi?
De que serve o arrependimento se hoje mesmo podes fazer algo mais pela pessoa que amas?
Alguns filósofos orientais falam da importância de todos os dias pensarmos na morte, não na forma de medo, mas na forma de apreciação pela vida!
Estou completamente de acordo, e tu?
Já agora, no teu plano amoroso, que história queres ter construída no teu último dia de vida?
2. Adaptação
É importante entender que num relacionamento amoroso a intensidade baixará, mas a profundidade e a intimidade aumentarão, quando bem gerido entre ambos!
É importante existir diálogo entre as pessoas que se amam, partilhando diariamente o que sentem um pelo outro, assim como partilhar as experiências que acontecem fora do relacionamento!
É importante escutar e empatizar!É algo absolutamente fulcral em qualquer agradável interacção.
Nem sempre o casal tem que estar de acordo nas ideias, assim como nem sempre tem que se oferecer soluções para os problemas de cada um, mas sempre devem estar unidos no amor e na ternura dos seus corações.
3. Estimulação saudável
É importante procurares fontes de felicidade que provenham de outras áreas da tua vida, para além do teu relacionamento amoroso.
Procura manter-te estimulado com o teu emprego, com os teus estudos, escrituras, leituras, com a família, música, dança ou outras actividades de lazer, culturais e sociais, sem deixar qualquer algum destes estímulos formem um triângulo amoroso, isto é, que interfira no teu relacionamento amoroso!
E se estás a passar por uma fase de querer experimentar algo ou mudar de relação, porque não mudar de mentalidade?
Que tal experimentar uma nova forma de te relacionares com quem amas, inclusive contigo mesma?
4. Criação de um sonho em comum
Procura ter um sonho em comum com quem amas - que seja bom e satisfatório para ambos – e contribuam activamente para a conquista desse sonho, sem nunca esquecer os sonhos pessoais e individuais!
5. Reunião e celebração mensal sobre o relacionamento
Existe uma tradição na Mongólia chamada Tsagaan Sar, a festa da lua branca. É um ritual festivo que serve para unir as famílias, que tem como conteúdo dissolver conflitos, ressentimentos e, no final, festejar o amor!
Então, inspirado nesta sábia tradição, algo muito importante para estar em consciência saudável acerca do relacionamento amoroso, é assumirem um compromisso mensal para fazerem uma reunião com o tema “Qual o estado do nosso amor?”
Aqui, sugiro que consultes um profissional especializado em relacionamentos amorosos, como um Coach especializado ou um mediador familiar.
O resto do vosso dia, servirá para celebrar o amor!
Fazer isto uma vez por mês é uma boa estratégia e alimento ao amor, acredita!
6. Gratidão ao amor
Agradecer a quem amas ajuda a focar no bom que tens na tua vida.
Agradece pelo que recebes, mas também pelo que mantens na tua vida!
Expressa gratidão a quem amas, ao fim do dia ou pela manhã.
Aqui sugiro também que agradeças a essa mesma que amaste com intensidade e que hoje tens a oportunidade de amar com profundidade!
O amor tem etapas emocionais, e quem é totalmente inconsciente acerca dessas etapas, pensando que se deve sentir sempre a mesma paixão dos primeiros quatro meses de namoro para os seguintes quarenta anos, está a viver uma fantasia e ilusão em que vai acabar por ser um monógamo amoroso em série ou infeliz a vida toda pela não aceitação da natureza e do fluxo da vida.
Muitas vezes não é que a tua relação esteja mal.
Muitas vezes são as tuas crenças e expectativas que são totalmente equivocadas e desajustadas.
Pedro Gomes - Especialista em relacionamentos e processos de gestão emocional
+ Life Coach (célula profissional Nº S495-2017PT), Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Especialista em PNL com especialização em foco terapêutico e emocional, Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Formador certificado, Instituto Emprego e Formação Profissional, Porto Portugal
+ Especialista em Inteligência Emocional, Universidad Isabel I, Burgos España
+ Master em Psicologia Holística, Escuela de Postgrado de Psicología y Psiquiatría, Madrid España
+ Especialista em Sinergologia Aplicada à Comunicação, Coaching Camp Logroño Espanha
+ Especialista Inteligência Emocional Neurociência VEC, Emotional Network, Bilbao España
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