O sucesso de um relacionamento amoroso passa imensamente pela sabedoria da interpretação dos estados emocionais desagradáveis da pessoa que escolhemos como par.
Começo por deixar claro que saber interpretar os estados emocionais do nosso par é bastante diferente do que ajudar a gerir esses mesmos estados!
Dizendo de outra forma, decifrar estados emocionais não garante uma boa gestão do relacionamento. Aliás, pode até ser bastante prejudicial, pois quando pensamos que sabemos decifrar estados emocionais poderemos estar a cair no tremendo erro de nos tornarmos demasiado racionais, o que diminui imensamente a nossa empatia.
Bonnie Le, professora de Psicologia, estudou e investigou diversos casais que aprenderam a interpretar estados emocionais um do outro e o resultado foi surpreendente!
Bonnie Le, juntamente com a restante equipa de investigação da Universidade de Rochester concluiu que, os casais que destacam estados emocionais mais brandos (vergonha, timidez, passividade, tristeza, preocupação, desânimo, etc) têm um relacionamento mais bem-sucedido do que os casais que destacam estados emocionais mais ameaçadores (desprezo, fúria, indignação, indiferença, aborrecimento, etc).
Se percebes com precisão as manifestações ameaçantes do teu par, isso pode fazer com que sintas o teu relacionamento ameaçado. - Bonnie Le
As mudanças e as emoções experimentadas nos relacionamentos
Quando uma das partes do relacionamento pretende introduzir alguma mudança que seja benéfica a ambos, é imprescindível saber sentir a emoção que a outra pessoa está a sentir na abordagem ao tema.
Pedir qualquer alteração que influa no relacionamento, tal como gastar menos dinheiro, cuidar mais da saúde, fazer modificações na intimidade sexual ou qualquer outro reajuste pessoal em prol do relacionamento, requer grande capacidade de empatia, pois são temas bastante sensíveis que podem provocar sensações desagradáveis a quem está a receber a mensagem.
Mais do que saber falar, saber interpretar as emoções que o outro sente, é crucial para ao sucesso da comunicação.
Se, ao te comunicares, interpretares que a pessoa que amas sente vergonha, timidez, passividade, tristeza, preocupação ou desânimo (estados emocionais de submissão), isso pode ser indício de que a pessoa que amas se preocupa com os teus sentimentos e reconhece a possibilidade de mudança.
De contrário, se ao te comunicares, interpretares que a pessoa que amas sente desprezo, fúria, indignação, indiferença ou aborrecimento (estados emocionais de domínio), isso pode ser um indício bastante preocupante e susceptível de uma séria reflexão pessoal e individual, pois o relacionamento poderá estar a experimentar ameaças que possam estar a ser negligenciadas ou ignoradas.
O teu parceiro tem reacções ameaçadoras quando comunicas alguma mudança?
Como já mencionei, se o teu par tem reacções mais brandas, como a vergonha, timidez, passividade, tristeza, preocupação ou desânimo, geralmente a relação torna-se mais forte porque se criará uma maior ligação de união.
De contrário, se o teu par experimenta reacções mais ameaçadoras como desprezo, fúria, indignação, indiferença ou aborrecimento, a tendência é que o relacionamento se deteriore com o tempo.
As investigações realizadas na Universidade de Rochester ao longo de cerca de três anos demonstraram que uma comunicação com palavras muito directas e com um tom emocional transparente e seguro, aumentam as probabilidades de provocar mudanças a longo prazo quando o relacionamento é desejado por ambos.
Sendo que não somos responsáveis pela forma como o outro vai interpretar e reagir àquilo que queremos comunicar, é importante assumirmos a responsabilidade de transmitirmos sempre o que sentimos com assertividade, ou seja, uma comunicação muito directa baseada na clareza, no respeito e na sensibilidade, sempre atendendo à importância da conexão emocional empática, para que a cada momento sejamos capazes de corrigir possíveis discrepâncias na comunicação.
É natural que até nos melhores relacionamentos aconteçam conflitos, pelo que o segredo não está tanto em evitar conflitos, mas sim sabê-los gerir com assertividade, entendendo as emoções como o mais importante meio de comunicação.
Nota curricular resumida
Pedro Gomes - Desenvolvimento Humano de Comunicação Emocional
+ Life Coach (célula profissional Nº S495-2017PT), Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Especialista em PNL com especialização em foco terapêutico e emocional, Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Formador certificado, Instituto Emprego e Formação Profissional, Porto Portugal
+ Especialista em Inteligência Emocional, Universidad Isabel I, Burgos España
+ Master em Psicologia Holística, Escuela de Postgrado de Psicología y Psiquiatría, Madrid España
+ Especialista em Sinergologia Aplicada à Comunicação, Coaching Camp Logroño Espanha
+ Especialista Inteligência Emocional Neurociência VEC, Emotional Network, Bilbao España
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