Habitamos um mundo que se torna mais desumano a cada dia que se fala mais e mais de performance, produtividade, objectivos e resultados, quando a essência da vida está unicamente centrada no Ser Interior plantado à nascença dentro de cada coração.
No actual mundo, nunca se falou tanto de auto-estima.
A palavra auto-estima tem uma presença sobrevalorizada e demasiado vincada nos dias de hoje, tendo sido transformada num objecto comercial e económico, com o objectivo do “aperfeiçoamento constante” e da “melhoria continua”. Mas, em termos humanos, será esta a utilidade da auto-estima?
A profundidade da auto-estima está na essência de cada coração, e a sua importância segue um caminho único e especial vivido dentro do próprio coração.
A utilidade da auto-estima é muito particular, pois ajuda a dar cor e brilho à vivência subjectiva interna de cada pessoa.
A auto-estima ajuda e apoia a que cada um se veja a si mesmo dentro do seu sistema vital sem perder a sua própria individualidade, sendo esta orientada pelas sensações nutridas e expressadas a cada momento temporal e espacial.
É importante esclarecer que, no meio científico, existem diversas dificuldades para validar e classificar a auto-estima, levando-nos a questionar se algum dia será possível medir uma experiência pessoal e íntima!
E aqui entram os novos e mais modernos conceitos terapêuticos, como o Coaching e outras, que colocam em dúvida a importância de orientar o desenvolvimento da auto-estima como um objectivo saudável para as pessoas. Portanto, nem tudo na vida é ciência e a real verdade da vida passa pelo sentimento sabedor de cada coração, e não tanto pelos resultados palpáveis e concretos como a ciência nos fala.
A verdadeira ciência, como diz Damásio, é a confirmação palpável da sabedoria das filosofias milenares, e a verdade é que a ciência nunca alcançará o patamar do precioso oculto que guia a vida Humana.
Devemos forçar-nos a ter mais auto-estima?
Certa vez, o Dalai Lama Tenzin Gyatzo disse:
“Porque é que alguém se deveria treinar para se amar mais? Isso seria como fazer força para algo que se faz naturalmente.”
É aqui que entra a verdadeira sabedoria da filosofia, que nos diz
que a fluidez é deixar de resistir ao que
hoje é, para que possamos fazer surgir algo mais amanhã, livre de pressões internas e externas, de ansiedades, de celeridades e de resultados.
O que acontece na nossa sociedade é que a auto-estima é defendida como medível a partir do sucesso social.
Para muitos, sentir auto-estima implica a valorização pessoal em acordo com as vitórias e conquistas socialmente valorizadas – "quanto mais conquistas tiver, mais auto-estima sinto" -, sendo estas conquistas impostas pelo investimento em bons estudos, a conquista de um bom emprego, a obtenção de muito dinheiro, a criação de uma rede de contactos pessoais extensa e positiva, a construção de uma família feliz, a obtenção de certa fama pessoal e profissional, a construção de um corpo perfeito, a colecção de muitas viagens a diferentes países, e todas as tendências de modas impostas e ridículas do ponto de vista da verdadeira essência do Ser Humano.
A verdade, é que quanto mais requisitos cumprimos dos acima mencionados, mais felizes nos sentimos. E quanto menos requisitos desses requisitos cumprimos, mais infelizes nos sentimos.
E se assim é contigo, então é porque foste ensinada a sentir auto-estima de acordo com as vitorias e conquistas que obtenhas na tua vida...
O conceito de auto-estima que nos ensinaram a viver e a sentir revela-se, geralmente, em frustração interna contra o Ser Essencial que habita no nosso coração.
É uma auto-estima ilógica e destrutiva para o individuo, do ponto de vista da essência da vida, já que na sua generalidade esta forma de auto-estima proporciona mais malefícios do que benefícios, pois está direccionada para a obtenção do perfeccionismo e da exibição.
Segundo o psicólogo Albert Ellis, ainda que os Seres Humanos tenham uma forte tendência para se julgarem e se avaliarem, não tem porque fazê-lo.
Simplesmente deveríamos aceitar a nossa existência como propósito de viver o mais felizes possível com o menos esforço possível.
Podemos afirmar que uma alternativa ao conceito da auto-estima, seria aprender a usar o conceito do conceito da auto-aceitação incondicional, tão defendida pela amada terapeuta Louise Hay.
Na realidade não precisamos de aprender a amar-nos.
O amor próprio seria algo natural e fluido se não fossem os condicionamentos e adversidades que aparecem nas nossas vidas, mas se tivermos a capacidade de entender que a avaliação que fazemos de nós mesmos não faz necessariamente quem somos, mas é sim percepção de somas de vários marcos pessoais em comparação com os demais, seriamos mais amáveis connosco mesmos, nutrindo um profundo afecto interno que nos renovaria energias na vivência de uma vida autentica, percorrendo os nossos processos e caminhos internos com mais coragem e alegria.
É no reconhecimento da nossa humanidade integral, vital e sagrada, que está o caminho da redescoberta dos afectos e do amor interno.
A verdade sobre a vida é que não há nada para ganhar nem nenhum objectivo para alcançar. Apenas há que Ser, com naturalidade e vida.
Pedro Gomes - Especialista em relacionamentos e processos de gestão emocional
+ Life Coach (célula profissional Nº S495-2017PT), Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Especialista em PNL com especialização em foco terapêutico e emocional, Instituto Ciências Comportamentais e de Gestão, Porto Portugal
+ Formador certificado, Instituto Emprego e Formação Profissional, Porto Portugal
+ Especialista em Inteligência Emocional, Universidad Isabel I, Burgos España
+ Master em Psicologia Holística, Escuela de Postgrado de Psicología y Psiquiatría, Madrid España
+ Especialista em Sinergologia Aplicada à Comunicação, Coaching Camp Logroño Espanha
+ Especialista Inteligência Emocional Neurociência VEC, Emotional Network, Bilbao España
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